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Plínio Nastari aponta como serão próximos dois anos

Palestra na Socicana é prestigiada por líderes do setor

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A atual conjuntura deve contribuir positivamente para o setor sucroenergético na safra 2016/2017. A região Centro-Sul deve produzir, na safra 16/17, 625 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 5 milhões de toneladas a mais do que ocorreu na safra anterior (620 milhões). “Para realizarmos a estimativa para a safra 2016/2017, o clima foi um fator preponderante, principalmente pela ocorrência do El Niño, que reduzirá seus efeitos a partir de agosto deste ano, com grande potencial de ser seguido pela La Niña, ou seja, deveremos ter um segundo semestre mais seco, com poucas chuvas, não interferindo na colheita da cana e outros processos da cultura”, analisou Plínio Nastari, presidente da Datagro, uma das maiores empresas de consultoria agrícola do mundo, atuando em 41 países.

Nastari ministrou palestra sobre as “Perspectivas do mercado de açúcar e etanol para os próximos dois anos”, no auditório da Socicana, no dia 24 de fevereiro. Estiveram presentes representantes do setor, como o presidente da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Manoel Ortolan, o diretor executivo da Abag/RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto), Marcos Matos e Mônika Bergamaschi, presidente do Ibisa (Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade do Agronegócio), além da diretoria da Socicana, Coplana e Sicoob Coopecredi e produtores.

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Açúcar e Etanol – perspectivas

A previsão para a safra 2016/2017 é que a região Centro-Sul produza cerca de 28 bilhões de litros de etanol (safra 2015/2016 – 28,32 bilhões de litros). A expectativa para o açúcar é de uma produção de 33,8 milhões de toneladas, frente às 31,18 milhões de toneladas obtidas no último ciclo. O Brasil é responsável por 35,3% da produção mundial de cana, e para a safra 2016/2017, o mix de produção deve ser de 57,3% para o etanol e 42,7% para o açúcar. Em 2015/2016, o mix era respectivamente 59,6% e 40,4%. Em 2015, o Brasil exportou 23 milhões de toneladas de açúcar. “A produção de açúcar brasileira está em queda desde 2012, mas deve recuperar parcialmente na safra 2016/2017, saltando de 34 milhões de toneladas para 36,7 milhões de toneladas”, analisou Nastari.

Apesar do pequeno crescimento da produção de açúcar no país, as perspectivas apontam para um déficit de 7,69 milhões de toneladas da commodity no mundo, o que pode contribuir para um aumento internacional dos preços. Na safra 2015/2016, este número apresentou também déficit: 4,37 milhões. “O mercado externo de açúcar, onde o Brasil representa 44% das exportações mundiais, ainda sofre grandes distorções por políticas de intervenção de países produtores. A Índia deve reduzir a produção de açúcar de 25,5 milhões de toneladas na safra 15/16 para 23 milhões de toneladas [16/17]. A Tailândia também deve reduzir. Na União Europeia, o mercado interno é protegido por elevadas tarifas de importação. Estados Unidos possui um mercado interno protegido, cujo preço interno é mantido artificialmente elevado para manter os produtores domésticos. A Rússia, que já foi o maior importador, possui tarifa elevada para manter a indústria local. Mesmo com uma política de restrição, a China deve aumentar a importação de açúcar”, explicou o analista.

Consumo do combustível renovável

De acordo com Plínio Nastari, em 2015, o que chamou muito a atenção do setor foi o consumo de etanol hidratado combustível, com recorde histórico: 17,823 bilhões de litros (crescimento de 37,2% em relação a 2014). “Embora os preços tenham crescido em 2015 de etanol (hidratado e anidro), observou-se que o consumo permaneceu-se praticamente o mesmo ao longo do ano, o que é um fato positivo para o setor.

O reajuste nos preços dos combustíveis e retorno de parte da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina influenciaram fizeram com que o etanol não perdesse espaço, competindo e levando vantagem em relação à gasolina. Desta maneira, as usinas têm buscado aumentar a produção do biocombustível.

Sobrevivência no setor

De acordo com Plínio Nastari, uma das saídas para driblar a crise é a diversificação, como, por exemplo, a cogeração de energia, além do controle e redução de custos. “Os custos de produção são muito heterogêneos no setor. Muitos fornecedores ainda não conhecem ou não controlam adequadamente os custos. Isso é fundamental, uma grande oportunidade para se identificar pontos de melhoria. Outro ponto é a oportunidade de aumentar o uso de áreas de renovação para o plantio de amendoim e soja. Há também a busca pelo aumento da produtividade, colhendo mais na mesma área. Investir em tecnologia é outro aspecto, além do uso de variedades mais produtivas e resistentes”, enumerou.

O especialista finalizou a apresentação afirmando que “os vencedores serão aqueles que investirem em longevidade e alta produtividade” e enfatizou a importância do papel do setor sucroenergético para a economia do país: “Em momentos de crise econômica, o importância do setor sobressai. O setor não trata apenas de alimento e energia, é um projeto de desenvolvimento econômico que atinge vários estados”.

“É uma satisfação muito grande receber o Plínio Nastari aqui na Socicana, uma das maiores autoridades em mercado de açúcar e etanol do Brasil e ter uma grande participação dos nossos associados. O evento hoje marca o pontapé inicial da nossa próxima safra e das nossas atividades. Esperamos que os próximos anos sejam melhores do que as safras anteriores”, disse o presidente da Socicana, Bruno Rangel Geraldo Martins.

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