Encontro entre São Martinho, Santa Cruz, Socicana e Canasol comemora desafios vencidos
As Usinas São Martinho e Santa Cruz promoveram, no dia 17 de dezembro, em parceria com a Socicana e Canasol (Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara), a 22ª edição da reunião de encerramento de safra, que aconteceu no Galpão do Agronegócio, em Guariba/SP.
O objetivo é integrar produtores, familiares, diretores e equipes das organizações, visando ao fortalecimento do trabalho conjunto e confraternizando depois da conclusão de mais um ciclo.
Sobre a safra que se encerrou, Agenor Cunha Pavan, vice-presidente e superintendente agroindustrial da São Martinho, informou que foram processadas 20,024 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, com a produção de 1,206 milhão de toneladas de açúcar e 902 milhões de litros de etanol, mix de 45% para o açúcar e 55% para o etanol. “A São Martinho realizou uma safra em linha com as estimativas previstas pela Companhia, processando um volume de cana superior ao da safra passada (21/22).” E para a este próximo período, são dois novos projetos, conforme explicou Pavan. “Em janeiro de 2023, está previsto entrar em operação a fábrica de etanol de milho, localizada na Usina Boa Vista, em Quirinópolis/GO. Também devemos iniciar, a partir do próximo ano, na Usina São Martinho, em Pradópolis/SP, o projeto de ampliação da unidade termelétrica, que utiliza bagaço de cana-de-açúcar como principal combustível. É uma nova etapa que contempla instalação de caldeira e gerador, além de ajustes nas atuais”, afirmou.
Olhando para o futuro próximo, o ambiente de mercado pode consolidar oportunidades para o Brasil, como avalia José Rossato Junior, membro da Diretoria da Socicana, que citou os reflexos da pandemia de covid-19 e da guerra na Ucrânia. “Há duas preocupações globais: a segurança alimentar e a energética. Os países estão em busca de alimentos e preocupados com o fornecimento de energia, notadamente os países do continente Europeu. Essas se juntam ao movimento dos países no controle da inflação e na entrega do alimento seguro e sustentável. Nesse contexto, a Socicana, junto aos produtores, e a São Martinho, duas referências do setor sucroenergético, podem contribuir com essa agenda global”, ressaltou Rossato.
Já o superintendente da Socicana, Rafael Bordonal Kalaki, lembrou das questões enfrentadas pelo setor e da importância da Associação para a superação. “Como grande desafio desta safra, tivemos os custos de produção que aumentaram muito. Um outro desafio foi o climático. Conseguimos recuperar um pouco o canavial, em relação à safra passada, mas não muito. Para a próxima safra, esperamos que o verão seja melhor e com melhores chuvas. Sobre o papel das associações, lembro que são fundamentais, ao promoverem a união e a representação de seus associados, assim como o desenvolvimento progressivo e a defesa das atividades ‘agroeconômicas’. A Socicana é o elo entre produtor e usina. Sua função é encurtar caminhos, solucionar questões, de forma que todos saiam ganhando” afirmou.
Agenor Pavan concorda com a relevância do alinhamento do trabalho. “A parceria entre as associações de produtores de cana e a São Martinho é fundamental para o crescimento do setor sucroenergético, pois podemos trocar conhecimentos e experiências que fomentam o desenvolvimento tecnológico, o aprimoramento da gestão dos processos e das práticas produtivas sustentáveis, além do desenvolvimento das pessoas e das comunidades”, finalizou.
Na tradicional palestra, que sempre traz uma personalidade para o evento, desta vez o produtor pôde conhecer de perto o navegador e escritor brasileiro Amyr Klink. Em 1983, Klink fez a primeira travessia solitária a remo do Atlântico Sul, uma jornada de 3.700 milhas e 100 dias retratada no best seller Cem Dias entre o Céu e o Mar. O escritor comparou os desafios da navegação com a lida na lavoura. “O produtor é resiliente, sabe da dificuldade, insiste. Há anos bons e outros nem tanto. Acredito que o grande desafio do produtor hoje seja passar para frente o que ele faz. Eu sempre digo: tudo aquilo que a gente fez ontem, a gente pode fazer melhor hoje. E tudo aquilo que a gente faz hoje, tem que fazer melhor amanhã.”