Produtores da Socicana e Coplana, técnicos e dirigentes participaram, nesta segunda-fera (27/1), do “Movimento pela retomada do setor sucroenergético”. O ato histórico reuniu cerca de 10 mil pessoas em Sertãozinho. O grupo partiu da Praça Rotatória “Thirso Pelá”, dentro da cidade, e seguiu, por volta das 8 horas, para a Rodovia Carlos Tonani, no trecho entre Jaboticabal e Ribeirão Preto, onde houve a interdição da pista.
Líderes do movimento discursaram em favor do setor sucroenergético, exigindo atenção do governo federal e investimentos ao etanol.
Entre eles, o prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, o presidente do Ceise Br, Antonio Eduardo Tonielo Filho, o presidente da Orplana, Manoel Carlos Ortolan, os deputados federais, Léo Oliveira, Paulinho da Força e Mendes Thame, o deputado estadual Welson Gasparini e o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Arnaldo Jardim, que recebeu o protocolo de reivindicações do setor. O documento, que será encaminhado aos governos do Estado e Federal, contem as reivindicações do setor para o incentivo da produção de etanol, retomada das indústrias canavieira e de base e cogeração de energia a partir da cana. Diante da crise hídrica, Jardim enfatizou que é necessário o uso da biomassa para a produção de energia.
Com o fechamento de usinas nos últimos anos, a indústria de base se enfraqueceu, o que refletiu diretamente em empregos na região, principalmente na cidade de Sertãozinho, que registrou, segundo dados do município, mais de 3.000 demissões em 2014.
Para os produtores de cana-de-açúcar, a situação se agravou com os altos custos de produção. Com a remuneração matéria-prima insuficiente, muitos se viram em risco de sair da atividade.
Socicana e Coplana presentes
O grupo da Socicana e Coplana foi formado por 70 pessoas das cidades de Taquaritinga, Jaboticabal, Guariba, Pradópolis e Dumont.
“O movimento é muito importante, mas a classe deveria ser mais unida ainda. Talvez agora seja o começo para termos mais união. O governo federal virou as costas para o setor, só pensando no petróleo e não no etanol”, afirmou o produtor Nicolau Baldan Filho.
“A gente deve se unir para mobilizar o governo federal, que incentivou o petróleo e abandonou o setor. Temos de juntar forças para o governo enxergar o setor”, comentou o produtor Marildo Sinchetti.
Depois de três horas e meia de duração, o protesto terminou por volta das 11 horas com a liberação das pistas. Não foram registrados incidentes, e o movimento foi marcado por uma postura pacífica de todos os presentes. A próxima iniciativa deve ser a presença dos produtores em Brasília-DF.