Notícias

Socicana participa de Encontro Anual de Produtores promovido pela Orplana

Tema do evento foi “Sobrevivendo à crise: enxergando além da cana”

encontro-orplana

Diretores e associados da Socicana, Coplana e Sicoob Coopecredi participaram, no dia 28 de agosto, do XV Encontro Anual de Produtores de Cana-de-Açúcar, organizado pela Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) e pela Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo). O evento, realizado no Cred Clube Copercana, em Sertãozinho, reuniu cerca de 350 pessoas, dentre produtores rurais, parlamentares e líderes do setor, que debateram soluções estratégicas para o futuro do setor sucroenergético. Uma questão levantada foi a necessidade de maior participação dos produtores e associações, junto à Orplana, para as discussões de políticas em prol do setor.

“O encontro da Orplana já é um evento tradicional, e a ideia principal é a discussão de ações políticas, estratégicas e até ações que devam existir da porteira para dentro. O que o produtor pode fazer diante da crise e o que associações e Orplana podem continuar fazendo para melhorar a remuneração do produtor, contemplando principalmente o valor da biomassa utilizada para a cogeração de energia. Precisamos chegar a um equilíbrio entre produtores e as unidades agroindustriais para a manutenção do produtor na atividade”, destacou José Antonio de Souza Rossato Junior, 1º tesoureiro da Socicana e presidente da Coplana. Na oportunidade, Rossato representou o Conselho de Administração da Associação.

O XV Encontro, que teve como tema – “Sobrevivendo à Crise: Enxergando Além da Cana”,  foi dividido em três painéis. O primeiro contou com a participação de pequenos, médios e grandes produtores de cana que relataram suas experiências e práticas agrícolas que permitem a continuidade na atividade. Alguns dos produtores atingem mais de 100 toneladas de cana por hectare, com investimentos em tecnologia e gestão profissional.

O conselheiro da Socicana, Roberto Cestari, foi um dos convidados presentes, cuja família está na atividade há quatro gerações. Dentre os destaques de sua gestão: redução da terceirização, treinamento aos colaboradores e capacitação profissional, parceria com órgãos de pesquisa, melhoria contínua no manejo do quadro varietal considerando o ambiente de produção e a organização junto às entidades de classe (cooperativa e associação).

O segundo painel contou com a participação dos presidentes de associações de classe, com o tema “Pagamento de Cana: da tonelada bruta ao CONSECANA – Desafios Atuais”. Dentre os assuntos abordados: objetivos do sistema e desafios atuais para o alcance de um preço justo da matéria-prima, além de questões relacionadas ao aprimoramento do modelo atual de pagamento da cana.

“O primeiro painel abordou temas como controle muito forte de custo, desafios para se obter maior produtividade, acerto de variedades e planejamento de safra. Já no segundo painel, o foco foi como melhorar o Consecana, estratégias para buscar preços melhores e negociações  melhores dos produtos feitos a partir da matéria-prima entregue pelo produtor. O nosso objetivo é sair com uma pauta definida dos temas para buscarmos melhorias”, analisou o professor titular da FEA/USP, Marcos Fava Neves.

Marcos Fava Neves lamentou o atual momento vivido pelo setor e criticou a forma como o governo federal tem lidado com os problemas políticos e econômicos. “O setor vive um crise lastimável, com a perda de empregos impressionante. O país importa combustível quando poderia estar exportando petróleo e etanol e tem deixando de fazer novas usinas, prejudicando vários municípios que têm a cultura da cana como principal geradora de riquezas.”

Linha de crédito para MPB

No terceiro e último painel, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, fez o lançamento do Programa de Financiamento para Viveiros de Produção de MPB. Os produtores rurais que quiserem produzir cana a partir de mudas pré-brotadas têm à disposição agora uma linha de crédito de até R$ 200 mil proveniente do Feap (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista), com prazo de pagamento de até seis anos, carência de até dois anos e taxa de juros de 3% ao ano, com bônus de adimplência de 2,25%.

“Esperamos que os produtores, coordenados pelas associações, utilizem largamente este recurso para fazer uso deste sistema, que tem trazido bons resultados. Parabéns a vocês, produtores, que são guerreiros, persistem e acreditam no que fazem, ajudando um setor que auxilia a economia do país, gera renda e emprego como nenhum outro. É importante que vocês fortaleçam as entidades, participem ativamente para que o setor possa ser cada vez mais ouvido”, destacou Arnaldo Jardim.

O secretário citou também a importância de se investir no sistema de mudas pré-brotadas, desenvolvido pelo IAC (Instituto Agronômico de Campinas) em um cenário no qual a busca pela maior produtividade é apontada como um fator essencial para a retomada do setor.

O MPB é um método de plantio que foi desenvolvido pelo Centro Avançado de Pesquisa e Tecnologia do Agronegócio da Cana do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) a partir de mudas de qualidade. A partir daí, ocorre a multiplicação das mudas, o que permite um canavial mais produtivo, com qualidade e longevidade. Socicana e Coplana são parceiras do IAC, na iniciativa +cana, lançado em março de 2015, que visa o plantio a partir de MPBs.

O secretário de Logística e Transporte do estado de São Paulo, Duarte Nogueira, citou que o governo de São Paulo, em fevereiro de 2015, alterou o regulamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) para simplificar as normas tributárias do setor sucroenergético, desburocratizando as obrigações tributárias sem perder o foco na arrecadação. “Esta ação buscou beneficiar os municípios, a cadeia produtiva, produtores e indústria.”

Orplana

Manoel Ortolan, presidente da Orplana, apresentou o projeto de reestruturação da entidade para os próximos dez anos. A nova sede sairá de Piracicaba para Ribeirão Preto, próximo aos escritórios da Abag/RP (Associação Brasileira de Agronegócio da Região de Ribeirão Preto) e Ibisa (Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade no Agronegócio), o que facilitará a articulação e troca de informações das entidades.

Fundada em 1976, a Orplana contempla hoje 33 associações de produtores de cana, reunindo aproximadamente 16 mil produtores (80% dos produtores independentes), que foram responsáveis, em 2014, por uma produção superior a 63 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Sua área de ação abrange os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A “visão” definida pela entidade é “ser reconhecida como a principal porta-voz dos produtores de cana de todo o Brasil, convergindo as necessidades advindas de todas as suas associadas”.

“A Orplana precisou de mudanças para fazer frente a estes novos tempos. Temos de participar mais de discussões do setor junto à classe política. Estamos fazendo este processo de reestruturação, com a missão de garantir um futuro seguro aos produtores de cana, buscando excelência na produção agrícola e na coordenação da cadeia produtiva”, explicou Manoel Ortolan.

Cadastre-se e receba novidades

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site e para entender o comportamento de navegação.
Se você continuar a usar este site, entendemos que você está de acordo. Em caso de dúvidas, leia nossa Política de Privacidade e LGPD.