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Raquitismo da soqueira: quais o cuidados para evitar a doença

O raquitismo da soqueira, uma das mais importantes doenças da cana-de-açúcar, é causado pela bactéria Leifsonia xyli subsp. xyli, colonizadora dos vasos de xilema da planta. A doença foi primeiramente descrita em Queensland, na Austrália, em 1944 e em 1989, quando já havia sido relatada em mais 60 países. Hoje, é encontrada na maioria das áreas cultivadas com cana, inclusive no Brasil, podendo causar perdas acima de 50% em variedades suscetíveis.

A transmissão dá-se mecanicamente através do corte, quando as lâminas das colheitadeiras ou dos facões cortam uma planta doente e, posteriormente, uma planta sadia. Não há sintomas externos característicos. No entanto, observa-se um subdesenvolvimento das plantas, intensificado a cada ciclo, determinando uma redução na longevidade do canavial. Esse subdesenvolvimento é, muitas vezes, confundido com deficiências nutricionais ou até mesmo com outras doenças. Os prejuízos dependem do genótipo (genótipo susceptível ou tolerante), do ciclo da planta (cana planta é mais tolerante) e da disponibilidade hídrica, visto que a bactéria se manifesta em condições de deficiência hídrica.

A transmissão ocorre também pelo uso de mudas doentes e pelo solo, visto que a permanência da bactéria no solo é de até seis meses. Não há controle químico para a doença, e, dessa forma, as principais medidas para seu controle são o uso de mudas sadias, a prática de desinfecção das lâminas de corte com amônia quaternária ou calor e o tratamento térmico dos toletes de cana.

Há vários métodos de diagnóstico, como aqueles baseados em microscopia, em DNA (PCR) e em imunologia. O método imunológico Dot Blot é um dos mais adequados para avaliar o índice de contaminação da doença, visto que é eficiente, rápido e de baixo custo, capaz de identificar plantas contaminadas a partir do momento em que a concentração da bactéria na planta atinge o nível de dano na lavoura.

Em resumo, este exame laboratorial tem o objetivo principal de avaliar a incidência e determinar os níveis de infecção da bactéria em viveiros de mudas e canaviais comerciais, fornecendo subsídios para as medidas de controle.

Para a realização deste teste, devem ser seguidos alguns procedimentos:

1 – Recomendações para coleta de amostras para diagnóstico

Cada amostra deve ser composta de 100 colmos de cada variedade, identificados corretamente. As amostras devem ser coletadas em viveiros com idade acima de nove meses. A amostragem deve ser feita ao acaso em toda a área, evitando coletas em reboleiras. Recomenda-se dar preferência a colmos mais velhos, evitando-se brotões. Os colmos devem ser quebrados na base e identificados em feixes. Deve-se também evitar os colmos com perfuração de broca nos três primeiros entrenós da base.

2 -Metodologia para extração da seiva de xilema

A extração da seiva de xilema de cada um dos colmos amostrados deve ser realizada o mais rápido possível (máximo 2 horas) após a coleta, devido ao entupimento dos vasos de xilema, dificultando a sua extração. Antes do preparo para a extração, os colmos deverão ser limpos com pano úmido, evitando a contaminação por partículas de solo. Entre o segundo e terceiro entrenó da base para o ápice do colmo, fazer um corte em bisel na parte superior e um corte transversal na parte inferior. Os cortes das extremidades deverão ser efetuados em colmos individualizados, para posterior extração da seiva do xilema.

Um compressor de laboratório ou portátil (de automóvel), ou ainda um compressor normal de borracharia (com redução de pressão) poderá ser usado na extração, com pressão suficiente para a saída das gotas (20 a 30 libras/pol2). Deve-se adaptar uma “teteira” de borracha (tipo ordenhadeira) na extremidade da mangueira para facilitar a extração:

Cada colmo amostrado terá sua seiva de xilema coletada em um tubinho de 1,5 ml.

Coletar 6 a 8 gotas de seiva em cada tubo, adicionar duas gotas de solução conservante a 0,2% e fechar o tubo. Conservante: Amônia quaternária ou Cloreto de Benzalcônio (Amonex, Ouro Fino, etc) a 30% – preparar uma diluição a 0,2%: com uma seringa, medir 2 ml da solução 30% e adicionar em 1litro de água.

Os tubos referentes a cada amostragem (100 tubos) devem ser embalados em saco plástico bem fechado e com a etiqueta de identificação escrita a lápis, colocada dentro de cada saquinho.

Caso as amostras não possam ser imediatamente enviadas para análise, deve-se mantê-las em refrigerador até o momento do envio.

Diante disso, quando o produtor for realizar a reforma de seus canaviais, as mudas para este plantio devem estar isentas de raquitismo, pois isso contribuirá decisivamente para uma longevidade deste futuro canavial. Para se assegurar da ausência de tal contaminação, o produtor pode utilizar MPBs (Mudas Pré Brotadas) de origem de meristemas ou de tratamento térmico. Quando a origem das mudas não for por MPB, o produtor tem a opção de fazer o exame laboratorial deste material para detectar a presença do raquitismo. Ou ainda utilizar o teste para as mudas que serão multiplicadas no sistema MPB, garantido um material isento de raquitismo.

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Os procedimentos para as coletas de amostras para diagnóstico, da extração da seiva do xilema e envio ao laboratório podem ser requisitados à equipe técnica da Socicana. O produtor tem o custo da análise, que é feita pelo IAC (Instituto Agronômico), Centro de Cana de Ribeirão Preto.

Fonte: Apostila “RAQUITISMO DE SOQUEIRA”, elaborada pelo IAC, Centro de Cana.

Para agendar retirada de amostras e para demais esclarecimentos,

entre em contato pelo telefone (16) 3251-9270.

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